quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ensino De Química Para Deficientes Visuais


O estudo de química

A química ajuda a compreender o mundo que nos rodeia, permitindo tomar consciência do que não pode ser facilmente representado. Assim, a aquisição e compreensão dos conhe
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cimentos básicos inerentes a estas disciplinas é de grande importância e a sua omissão traduz uma lacuna na informação e formação do aluno deficiente visual. O seu ensino não terá como objetivo transformar os alunos em cientistas, mas fazer com que compreendam alguns fatos da vida diária.

O estudo da química e outras ciências abre-lhes perspectivas no campo da escolha de profissões. Não há razão para que um deficiente visual não seja capaz de trabalhar num laboratório químico .

Para tal, deve dominar as bases do conhecimento e método científico e há necessidade de equipamento especial, mínimo, bom espaço de laboratório, paciência e autoconfiança. Na realidade da escola em que se trabalha não existirão as condições ideais no laboratório, mas as dificuldades poderão ser diluídas se todos estiverem empenhados.

As condições particulares do aluno devem ser tomadas em consideração e o professor deve saber que vai encontrar:

· experiências e conhecimentos antecipados incompletos (medo de trabalhar com líquidos, fogo, gás, vidro, máquinas, etc.);

· possibilidades de observação diferentes:

· menos motivação das observações e desenvolvimento das técnicas;

· dificuldades na apreciação da quantidade e qualidade dos produtos.

Adaptação de material

Existem muitos trabalhos práticos que podem ser realizados por deficientes visuais no campo da quimica; outros há que é completamente impossível.

A maioria dos problemas criados, na tentativa de fazer trabalhos práticos e demonstração de experiências a alunos deficientes visuais é óbvia. Regra geral, não há ajuda especial, nem aparelhos especiais construídos. Em alternativa, podem fazer-se algumas modificações simples, nos aparelhos normais de laboratório nalguns aspectos básicos.

Uma grande parte das experiências pode ser feita com o mínimo de modificações ou até sem nenhuma. Quando houver necessidade de algum equipamento adaptado para o uso do aluno deficiente visual, deverá ser analisado com ele o tipo de adaptação, a eficácia da mesma, bem como com o resto da turma, para que todos se sintam empenhados no bom funcionamento da aula. como com o resto da turma, para que todos se sintam empenhados no bom funcionamento da aula.

A grafia química braille

A grafia química Braille permite, igualmente, a escrita da representação de:

· átomos ou grupos de átomos que constituem as moléculas;

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p>· indicação do tipo de ligação entre átomos ou grupos de átomos;

· a escrita de equações químicas que representam reações químicas;

· a explicação da estrutura dos grupos funcionais.

. Diagramas

Os diagramas são uma ajuda inestimável para a compreensão da literatura científica. Estes são cada vez mais usados em Braille e, com materiais acessíveis, podemos obter e utilizar com o aluno deficiente visual representações que permitam a compreensão de determinados conceitos.É um grande auxílio e muitas vezes compensa a impossibilidade de usar o quadro, como ajuda comum visual. Há que ter a certeza de que os diagramas estão bem representados, sem grandes quantidades de informação.

Os alunos têm de ser cuidadosamente introduzidos na técnica de ler diagramas e às vezes alguma ajuda na interpretação dos mesmos é necessária com cada diagrama novo.

Trabalho em grupo

Pequenos grupos de trabalho podem, contudo, ser de grande utilidade para situações difíceis ou impossíveis de "visualizar" a alunos deficientes visuais.

Normalmente, o trabalho experimental aos pares ou em grupos pequenos é vantajoso qua
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ndo as dificuldades dos diferentes participantes são clarificadas desde o início e a tentativa de resolução exige colaboração mútua, partilhando idéias e ajudas.

Trabalhando com um colega, o aluno cego pode recordar e confrontar dados, fazer cálculos, tomar notas, enquanto o seu colega se encarrega de tarefas onde ele não pode colaborar.

É importante que, tal como os outros alunos, o aluno cego tenha, no início da aula, a informação escrita dos objetivos do trabalho experimental, do material e substâncias a utilizar, bem como a integração dos conhecimentos teóricos no aspecto prático. Instruções claras, em Braille, devem estar preparadas para o aluno saber como proceder. As dificuldades, por ele encontradas na prática devem ser detectadas e resolvidas.


Conclusão

A realidade escolar que o aluno deficiente visual enfrenta ainda não está adequada para promover sua inclusão. O Brasil se comprometeu a oferecer educação inclusiva pela LDB e pela declaração de Salamanca, porém, essa proposta tem encontrado vários obstáculos, posto que a falta de professores habilitados, a falta de conhecimento da comunidade escolar quanto às possibilidades que esta proposta oferece e a não exigência de preparo profissional para o trabalho com esses alunos, retardam a oferta de

respostas educativas que atendam as necessidades educacionais especiais.

Para efetivar a educação inclusiva nas escolas brasileiras é necessário, além de políticas que garantam a implantação da proposta,a reestruturação das escolas para acomodar e auxiliar os alunos em sua vida escolar, bem como oferecer meios de para que os professores se atualizem e se adaptem à nova forma de trabalho.

Por este trabalho percebe-se que a química não é um empecilho para o ensino à deficientes visuais, porém devemos capacitar os professores para questões possam oferecer um ensino de qualidade.


Perfil do Autor


(Artigonal SC #572691)


Fonte do Artigo - http://www.artigonal.com/ciencia-artigos/ensino-de-quimica-para-deficientes-visuais-572691.html



MINHA OPINIÃO

Sou graduanda de Licenciatura em Química - IFAM, trabalho como monitora em um projeto no qual o público alvo são pessoas com necessidades especiais, e advinha qual é um dos nossos maiores problemas? Isso mesmo, a falta de material adaptado para que todos possam ter acesso a um ensino de qualidade que é um dos nossos objetivos.

É necessário que mais pessoas busquem colaborar, nada é impossível, assim como nada cai do céu, precisamos conquistar, queremos lutar. E por ser uma futura professora eu acredito que posso criar, que posso adaptar e vou fazer o possível para que isso possa acontecer.

Sou a favor da inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais em escolas regulares do ensino público ou privado.



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