sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Mapas conceituais: estratégia pedagógica para construção de conceitos na disciplina química orgânica

João Rufino de Freitas Filho"



Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Unidade Acadêmica de Garanhuns (UAG), Garanhuns, Pernambuco, Brasil

Mapas conceituais são propostos como uma estratégia potencialmente facilitadora de uma aprendizagem significativa. Este artigo retrata a pesquisa realizada em três turmas do Ensino Superior, na qual se verificou a interferência positiva do uso de mapas conceituais como estratégia motivadora no ensino de conceitos Química Orgânica.
Todo embasamento teórico relacionado ao uso de mapas conceituais está baseada na Teoria de Aprendizagem ou Teoria de Assimilação, de David Ausubel (1968). A teoria explica como o conhecimento é adquirido e em que forma este fica armazenado na estrutura cognitiva do estudante. Segundo Ausubel (1982), o indivíduo constrói significado a partir de um acerto conceitual entre o conceito apresentado e o conhecimento prévio além é claro, de sua predisposição para realizar essa construção. Sua teoria da aprendizagem significativa tem como base o princípio de que o armazenamento de informações ocorre a partir da organização dos conceitos e suas relações, hierarquicamente dos mais gerais para os mais específicos. Baseado nessa teoria, Novak (2002) desenvolveu a metodologia de Mapas Conceituais, procurando representar como o conhecimento é armazenado na estrutura cognitiva de um estudante. A estrutura cognitiva pode ser descrita como um conjunto de conceitos, organizados de forma hierárquica, que representam o conhecimento e as experiências adquiridas por um estudante. Conceito é um termo que representa uma série de objetos, eventos ou situações que possuem atributos comuns. Com o uso de mapas conceituais, o conhecimento pode ser exteriorizado através da utilização de conceitos e palavras de ligação, formando proposições que mostram as relações existentes entre conceitos percebidos por um indivíduo (Araújo et al., 2002; Cañas et al., 2000), e representadas pelo tripé conceito – relação – conceito. Os mapas conceituais vêm sendo utilizados nas mais distintas áreas do conhecimento, tendo diferentes finalidades, como na aprendizagem, na avaliação, na organização e na representação de conhecimento. Para promover a aprendizagem significativa (Novak, 1997; Moreira, 1999) recomendam ao professor, como recurso didático, o uso de mapas conceituais com a finalidade de identificar significados (subsunçores) pré-existentes na estrutura cognitiva do estudante que são necessários à aprendizagem.

Muitas são as definições de mapa conceitual apresentadas, principalmente se analisarmos os trabalhos de autores como Ontoria e colaboradores (2004).

A utilização dos mapas conceituais, tem se apresentado como uma ferramenta de ação pedagógica bastante útil para o ensino de diversos temas, possibilitando que um conjunto de conceitos seja apresentado aos alunos, a partir do estabelecimento de relações entre ele.

Em sua forma gráfica, os mapas conceituais podem ser construídos nos formatos unidimensional, bidimensional e tridimensional. Os mapas unidimensionais são apenas alguns conceitos dispostos de forma vertical; os bidimensionais, além de apresentarem a disposição vertical, apresentam disposição horizontal, como na figura 1. Já os mapas tridimensionais apresentam os conceitos e suas relações em três dimensões. Por serem mais completos que os mapas unidimensionais e mais simples de serem interpretados que os mapas tridimensionais, os mapas bidimensionais são os mais utilizados (Moreira e Buchweitz, 1987).

Na prática, porém, por serem mais elaborados que os unidimensionais e mais simples que os tridimensionais, os mapas bidimensionais são os mais usados.

Aplicação da informática no ensino de química

Ao vivenciarmos experiências e acompanharmos o desenvolvimento da sociedade em que vivemos, é necessário destacar a presença de meios que podem ser usados para facilitar a transmissão do conhecimento. O computador, por exemplo, através de programas e Internet conseguem nos mostrar a imensidão de informação no mundo inteiro, e por que não utilizarmos dessas informações para ensinar química?
Claro que isso é possível, já existem programas para isso, como a utilização de mapas conceituais para aplicação.
É necessário interesse do docente em buscar novas fontes, para atrair a atenção dos seus alunos. Esforço no qual ele pode ser recompensado ao ver que seus alunos estão dando retorno ao assunto que está sendo aplicado.
Com isso tanto o aluno como o professor estão se beneficiando.

Por: Kedma Gaspar Cruz

Utilização de software's no ensino de química


Em plena era digital, ainda se encontram pessoas que não estão familiarizadas com a tecnologia que é o computador.Este equipamento está presente no dia-a-dia das pessoas, seja na forma de um caixa eletrônico no banco, ou até mesmo em um automóvel.
e no processo de ensino-aprendizagem, o computador pode oferecer benefícios para uma melhor aprendizagem. Entretanto, ainda são muitos os estudantes que não tem acesso a essa tecnologia, principalmente os de baixa renda. Seria então, interessante que as escolas oferecessem aos estudantes essa tecnologia em prol do melhor aprendizado.
Acredita-se que ao utilizar a informática em sala de aula, o professor deve preparar-se, elaborando estratégia de ensino que atraiam os estudantes para o conteúdo a ser lecionado, para que possa haver contribuições na construção do conhecimento. E que a utilização de softwares e programas multimídias não seja apenas a visualizaçaõ seqüencial de textos, figuras ou vídeos, mas que tenha participação ativa do estudante. Ou seja, é necessário que softwares ou programas multimídias ofereçam estratégias de interação com os usuários, por exemplo, fazendo com que eles pensem e proponham soluções para alum problema verificado.
É preciso destacar que não é o software que faz a diferença em termos de resultados cognitivos, mas sim, a forma de como ele é utilizado no processo ensino-aprendizagem pelo professor (Guerra, 2000). Além disso, é importante se atentar para qual conteúdo ele será aplicado, pois há grandes possibilidades de melhoras de ensino, ao utilizar os recursos da informática para lecionar conteúdos abstratos e de difícil aprendizagem pelos estudantes, tais como isomeria e periodicidade das propriedades químicas.
Ao lecionar periodicidade das propriedades químicas, um software pode ser de grande utilidade para apresentar e facilitar a consulta, manipulação e correlação entre dados essenciais para o estudo da regularidade das propriedades periódicas dos elementos. E o software QuipTabela pode ser uma boa alternativa para essa atividade, pois ele é um software atualizado, em português e gratuito.



Miguel de Araújo Medeiros
Departamento de Química-Instituto de ciências exatas-UFMG

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

informática e a Química juntos

Bons resultados são possíveis no difícil contexto:
Ensino de Química, Informática e escola pública
Gustavo Antonio Toretti (IQ), Claudia Marteli (FM), Adriana Vitorino Rossi (PQ)
Instituto de Química - UNICAMP
palavras-chave: educação, informática, ensino médio.


Em certas áreas, como a Química, a prática de ensino pode ser favorecida pela experimentação como ferramenta instrucional. A aprendizagem de muitos conceitos químicos é favorecida quando ocorre abordagem experimental. Este aspecto deve ser aproveitado como agente facilitador da interação professor-aluno embora represente dificuldades de ordem material que tornam a experimentação proibitiva em escolas com poucos recursos. É importante avaliar como a utilização do computador pode contribuir no processo educacional já que, na tentativa de contextualizar a teoria e a prática no ensino de Química, a utilização de recursos computacionais nas aulas pode representar uma alternativa viável 1. Um tipo de programa de informática que pode ser usado com fins didáticos é representado pelos programas de simulação que permitem destacar aspectos específicos do conteúdo abordado e orientar a tomada de decisões em experimentos, situação que favorece muito a compreensão dos conceitos químicos.

Pretende-se relatar neste trabalho, a experiência da utilização de programas de informática no ensino médio de uma escola pública de periferia. Considerando o aspecto instrucional do uso do computador no ensino de Química, foi utilizado um programa de computador, o Model ChemLab 2, para simular as atividades experimentais de aulas práticas em um “laboratório virtual”. Este programa é um produto comercial de baixo custo, que requer configurações pouco sofisticadas e algumas adaptações para o idioma português. Outro aspecto direcionador da proposta de utilização deste recurso didático visou atender a necessidade de proporcionar uma mínima noção de informática a estudantes de escolas públicas.

O projeto foi aplicado em uma escola pública de ensino médio da periferia de Campinas - SP, durante 1999. O nível de conhecimento na área de informática dos 3 professores de Química e de 353 alunos de 13 turmas das 3 séries do ensino médio nos 3 períodos foi avaliado através de questionários que direcionaram a criação de apostilas e manuais para orientação dos usuários e a criação de novas simulações de experimentos no ChemLab. Foi realizado um treinamento rápido, porém considerado suficiente pelos professores participantes, para familiarização com o programa e habilitação para o desenvolvimento da atividade em condições satisfatórias. Detectou-se que poucos estudantes já haviam utilizado um computador e que a maioria absoluta tinha interesse em participar da atividade didática de Química usando computador tendo em vista a oportunidade de receber treinamento em informática mas estavam totalmente conscientes do objetivo maior, que era aprender Química com mais esta ferramenta instrucional.

A adaptação do "ChemLab" envolveu a criação de textos em português, levando em consideração as dificuldades dos alunos e professores, que foram detectadas nos questionários respondidos previamente. O conteúdo das novas experiências simuladas foi criado a partir do conteúdo das apostilas utilizadas como material didático de apoio das aulas. Desta forma, a proposta pode ser inserida no ambiente de sala de aula sem interferir no ritmo de aulas programado no planejamento escolar. A interferência era indesejada por representar eventuais prejuízos para a disciplina e por dissociar a proposta da realidade do processo de ensino/aprendizagem do objeto da pesquisa.

A escola onde a proposta foi aplicada tinha disponível para atividades didáticas apenas um microcomputador, modelo Pentium, localizado no laboratório onde aconteciam atividades práticas relacionadas às disciplinas de Química e Física. O microcomputador disponível foi adequadamente suficiente para a utilização do programa, aprimorado pela adaptação de um conversor para exibição do conteúdo do monitor do micro-computador na tela de uma televisão de 29 ". As aulas foram organizadas seguindo o cronograma inicial estabelecido no planejamento escolar. Optou-se pela utilização do programa paralelamente às aulas com atividades práticas. Para manter o rendimento dessas aulas, tendo em vista inclusive a infra-estrutura disponível, as classes constituídas em média por 40 alunos foram organizadas em grupos de 5 integrantes, garantindo o acesso de todos os alunos ao computador, enquanto os demais acompanhavam a atividade assistindo a televisão. Ao todo, 120 estudantes de 3 turmas da 2a série noturna utilizaram o programa.

Os resultados obtidos com a introdução do material desenvolvido foram excelentes, segundo relato do responsável pela disciplina de Química, tendo sido detectado considerável ganho no rendimento das aulas, no interesse dos alunos e melhora no desempenho geral dos alunos na avaliação bimestral realizada em aula. As respostas ao questionário aplicado aos estudantes após a realização das atividades foram muito positivas (sempre mais de 90% com respostas de aprovação à experiência), tanto no que diz respeito ao aprimoramento do ensino de Química como também na introdução da informática na escola. Neste aspecto, vale destacar que a atividade foi muito valorizada e bem recebida pelos estudantes envolvidos, dos quais 85% nunca haviam utilizado recursos de informática ou microcomputador e tinham essa expectativa até tendo em vista uma possível valorização profissional.

Pode-se notar que a utilização de computadores em aulas de Química no ensino médio é viável considerando-se o conteúdo da disciplina, a capacitação de professores e a adequação dos recursos de informática disponíveis. Os resultados da introdução didática dos recursos de informática desta proposta foram muito positivos mesmo em condições materiais pouco favoráveis, comuns nas escolas públicas. Isto estimula novas iniciativas viáveis que não envolvem altos custos e respondem a expectativas dos estudantes que merecem ser atendidos sendo que a participação dos professores, após breve treinamento, é fundamental para que bons resultados possam ser alcançados e deve ser encorajada para benefício de todos.

1) C.M.S. Braga; VII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação; p. 151 (1996)

2) http://www.modelscience.com

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

"Só a crítica pode cortar pela raiz o materialismo, o fatalismo, o ateísmo, a incredulidade dos espíritos fortes, o fanatismo e a superstição, que se podem tornar nocivos a todos e, por último, também o idealismo e o cepticismo, que são sobretudo perigosos para as escolas e dificilmente se propagam no público"

Kant, Crítica da razão pura, B XXXIV.

Idéias

"Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de uma legislação universal".

Immanuel Kant